Percepção Musical
Quando
a gente tem algo em excesso, a gente sempre acaba não dando valor para
aquilo... Acho que isso é uma regra geral, aliás, acho que é como uma
lei da natureza talvez.
É certo isso. Um prato de comida vale
uma fortuna pra quem está morto de fome e já não vale tanto para quem
está bem alimentado. Realmente acho que depende da situação. A situação
dá o valor para seja lá o que for.
É interessante que a pessoa passe pelos dois lados da situação para realmente poder dar valor.
Por que eu falo isso? Queria falar
sobre música nesse post, e acabei me deixando levar, apesar de isso ter
a ver com o que quero falar.
Há
uns anos atrás li uma coluna, não me lembro de quem, na revista Guitar
Player, falando sobre a percepção musical. O autor da coluna (vou
consultar meus arquivos assim que tiver um tempo extra para confirmar)
ensinou um exercício interessante ao qual me apeguei bastante. O
exercício que ele ensinou eu me lembro bem, é o seguinte. A pessoa deve
escolher um álbum de algum grupo qualquer que ela goste, seja lá qual
for o estilo dele. E ouvi-lo por uma semana. Só que nessa semana a
pessoa deve se focar somente em um instrumento, por exemplo, a bateria;
a pessoa então vai ouvir a música só prestando atenção nos sons da
bateria, ritmos, viradas, etc., sem ligar para outros instrumentos ou
vocal. Uma semana só assim. Na segunda semana a mesma coisa, só que
prestando atenção a outro instrumento. E assim deve ir seguindo, até
passar por todos os instrumentos e o vocal, com letras, etc. Depois a
mesma coisa com outro álbum, e assim por diante...
Eu
comecei a seguir essa dica pra aperfeiçoar a percepção, mas não segui
rigidamente as regras feitas pelo autor da coluna, criei as minhas
pessoais, porém seguindo o mesmo estilo. Tenho que dizer que esse
exercício se tornou pra mim um hábito que não consigo mais viver sem.
Além de tudo realmente serviu para aumentar a percepção.
Aí é onde esse assunto se relaciona com as minhas divagações lá do início.
Esse exercício é interessante de se
fazer com bandas com instrumental mais complexo, como Death, Slayer,
Testament, Death Angel, Exodus, Kreator, etc. Quando se acostuma a
praticar esse exercício com esses sons, você acaba criando na mente
umas seqüências bem loucas de riffs, solos ou viradas de batera
elaboradas, por que isso existe muito constantemente nos sons dessas
bandas. Depois disso, quando se pega uma banda mais light, porém de
qualidade técnica boa também, como Rush, ou The Police, a gente percebe
como esse som mais “simples” passa a ter um outro sabor.
Ou
seja, quando a gente tem em excesso e se acostuma, depois, a gente pega
algo mais simples e passa a dar valor melhor a cada virada de batera, a
cada troca de riff, a cada solinho e lick que ouvimos. Não sei se
consegui ser claro, mas quando eu escuto The Police hoje, eu curto
muito mais do que curtia quando eu ouvia antes (cerca de uns cinco anos
atrás ou mais, talvez). Hoje eu fico vidrado nas linhas de baixo do
Sting, na pegada na guitarra do Andy Summers/Henry Padovani e viajo nas
simples (se comparadas com sons de tharsh ou death metal), porém
marcantes viradas de batera do Stewart Copeland.
O mesmo vale para muitas outras bandas, nacionais e internacionais.
Por esses motivos, eu recomendo esse
treinamento pra percepção musical para toda e qualquer pessoa que
realmente goste de música. É uma coisa que te faz apreciar com mais
detalhes e mais profundamente o tipo de música que você gosta. Vou
consultar meus arquivos aqui no armário, na pilha de Guitar Players e
assim que eu achar a coluna à qual me refiro, postarei aqui, com os
devidos créditos e informações mais completas.
Pra ilustrar o texto, um vídeo do The Police (Stewart Copeland é o cara):
Comentários
;)
Ai, novidades! Nasceu meu priminho ontem :) o Felipe. Tô curiosa pra ve-lo!
Como vc tá??
Beijos, saudades
Po, não consigo ficar sem ouvir música, se eu ficar muito tempo sem ouvir começo a ficar meio louco, kkk.
Tudo beleza por aqui.
Beijão, menina