Pensamentos aleatórios de Bukowski

Separei dois trechos de um livro que estou lendo do velho Buk:


“Mas não acho que fiquei burro por acaso. Será que um cara burro se dá conta de que é? Mas estou longe de estar satisfeito. Há alguma coisa em mim que não consigo controlar. Nunca dirijo meu carro por cima de uma ponte sem pensar em suicídio. Quero dizer, não fico pensando nisso. Mas passa pela minha cabeça: “SUICÍDIO”. Como uma luz que pisca. No escuro. Alguma coisa que faz você continuar. Saca? De outra forma, seria apenas loucura. E não é engraçado, colega. E cada vez que escrevo um bom poema, é mais uma muleta que me faz seguir em frente. Não sei quanto às outras pessoas, mas quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso, Deus Todo-Poderoso, o que mais agora?”


“Desci pela escada rolante do quarto andar. Quem inventou a escada rolante? Degraus que se movem. E depois falam de loucura. Pessoas subindo e descendo em escadas rolantes, elevadores, dirigindo carros, tendo portas de garagem que se abrem ao tocar de um botão. Depois elas vão para as academias queimar a gordura. Daqui a 4 mil anos, não teremos pernas, nos arrastaremos sobre nossas bundas, ou talvez só rolemos como tumbleweeds*. Cada espécie destrói a si mesma. O que matou os dinossauros foi que eles comeram tudo à sua volta e depois tiveram que comer uns aos outros e com isso só restou um e o filho da puta morreu de fome.”

* tumbleweeds: são aqueles “rolos” de “palha” seca que saem rolando por aí com os ventos nos desertos e em filmes de faroeste.

Esses trechos foram extraídos do livro póstumo “O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio” de Charles Bukowski.

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