Mentiram para mim sobre o Desarmamento - Resenha e Esclarecimentos
O assunto desse texto é o controverso tópico do desarmamento.
Após a leitura de um livro sobre o assunto, me senti compelido
a vir aqui falar, mesmo que de forma breve, sobre esse assunto tão
inacreditavelmente desconhecido pelas grandes massas.
Eu mesmo, no passado, sem pensar, pesquisar ou ler, fui a
favor do desarmamento. Isso lá com meus 16 anos de idade. Acreditava, sem bases
para tal, que a arma era má, vilã cruel e instigadora primordial da violência.
Afinal, o que vemos no nosso dia a dia na TV e nos jornais? O que escutamos da
boca de conhecidos e desconhecidos sobre o assunto nas conversas corriqueiras
cotidianas? Exatamente, tudo indica que a arma é nociva e só traz vítimas e
violência. Tenho que admitir, com pesar, que votei a favor do desarmamento, na
minha imatura posição de adolescente sem senso crítico.
Mas será que as armas são assim mesmo malignas por natureza?
Um dia comecei a perguntar certas coisas, suas origens e
razões. E aí veio um princípio de uma modesta maturidade. Inevitavelmente, meus
questionamentos se viraram em direção a esse velho assunto que até então eu
acreditava tem a “cabeça formada”. Então, ao pesquisar sobre ele, ouvi um click
mental e comecei a enxergar além do que eu achava que era o fim da linha.
Foi nessa época que li o excelente livro “Mentiram e muito para
mim” do escritor, tradutor e empresário Flavio Quintela e comecei a ver o outro
lado da moeda. Esse livro não fala do assunto principal desse texto, porém ele
foi a porta aberta para a trilha desse caminho de descobertas. Isso por que
Quintela, em seguida, lançou seu segundo livro, o “Mentiram para mim sobre o
Desarmamento”, em parceria com o Bacharel em Direito e especialista em
segurança pública Bene Barbosa.
Nesse segundo livro, os atores destrincham esse emaranhado
de informações deturpadas que a mídia nos passa e que nos leva a crer que a
arma, um objeto inanimado como outro qualquer, seja concentradora de energia
nefasta.
Mas o que é uma arma? Como definição básica oriunda do
dicionário temos que uma arma se trata de qualquer instrumento usado ofensiva
ou defensivamente. Só por aí já temos algo para questionar. Um objeto que pode
ser usado defensivamente poderia ser taxado tão negativamente como os jornais
em geral o associam?
No nosso país, tão repleto de violência, não seria plausível
termos algo para nossa defesa? É visível que não podemos contar com a polícia
para nos proteger 24h em qualquer lugar do país onde estivermos.
Os tópicos esclarecidos no livro são muitos para que eu
possa retratar aqui em um texto pequeno, porém, após a leitura do livro,
gostaria de ressaltar algumas passagens que considero vitais para o
entendimento desse assunto:
1)
Falta de responsabilidade.
Todo mundo gosta de curtir seus momentos de lazer e prazer,
mas para isso, temos que começar a puxar para nós a responsabilidade de nossos
atos. E, culturalmente, em nosso país, há uma tendência a jogar a
responsabilidade de tudo de errado que fazemos para longe, para outra pessoa ou
até mesmo para outro objeto. Cito aqui alguns exemplos (retirados do livro):
- Ele está com câncer nos pulmões? A culpa é do fabricante
de cigarros.
- Ela agrediu alguém por causa de uma discussão de trânsito?
A culpa é da infância difícil que ela teve.
- Ele teve um ataque cardíaco por excesso de colesterol no
sangue? A culpa é dos fast-foods que vendem comidas gordurosas em excesso.
- Fulano atirou e matou alguém? A culpa é da arma.
Ou seja, fica claro que a culpa nunca é nossa. Temos a
tendência, o que é bem cômodo, de não enxergar que a culpa é nossa, por que
fumamos sabendo que faz mal; a culpa é nossa pela agressão por que optamos por
agredir outrem; a culpa é nossa por não nos alimentarmos de maneira saudável
durante a vida; e, por último, a culpa é nossa por termos puxado o gatilho
conscientemente das causas desse ato.
A arma é simplesmente um objeto, assim como um carro, que
pode ser usado beneficamente ou malignamente. Tudo depende da escolha de quem
usa.
2)
Notícias manipuladas.
Diariamente, nos deparamos com diversas notícias de casos
envolvendo armas, porém somente no seu uso ofensivo, nas mãos de bandidos e
pessoas mal-intencionadas. Nos é ocultado o outro lado da moeda. As notícias
envolvendo armas usadas defensivamente não são devidamente divulgadas, embora
com advento da internet, mais notícias desse aspecto tem chegado ao alcance de
quem quer pesquisar um pouquinho além do hábito comum.
É estatisticamente comprovado que o uso defensivo dos
armamentos, por pessoas de bem, salva mais vidas do que as perdidas quando o
uso da arma é ofensivo e vil.
Seguem três notícias de usos defensivos:
- Idoso é assaltado, reage e ladrãoquase é linchado em Teresina (G1).
- Taxista reage a assalto próximo ao distrito de Cedro eatira em bandido (Portal da cidade Umuarama).
- Açougueiro reage e atira contra assaltante no CPA (Midianews).
3) O governo não é a favor do desarmamento por que quer o bem do povo.
Uma vez que
acreditemos que as armas são inerentemente ruins, fica fácil achar que o
governo apenas quer nosso bem e que por isso nos desarmou, certo? Mas a coisa
não é bem assim.
Basta fazer uma
pesquisa rápida na história do nosso país ou de qualquer outro que podemos enxergar
algo em comum: Todos os povos e grupos que foram desarmados foram grupos
escravos e/ou que sob os quais uma entidade no comando quer ter o controle.
Em nosso Brasil,
em uma época onde a escravidão estava em vigor e o porte e posse de armas era
permitido para muitos, adivinhem qual grupo era proibido de possuir armas? Justamente,
os escravos. Afinal, se todos os escravos possuíssem armas, não haveria
escravos na época em questão, certo? Nesse contexto vale a pena citar uma célebre
frase, embora tenha sido dita no ambiente americano:
“Lincoln fez os homens livres, mas Sam Colt os fez iguais”
Abraham Lincoln aboliu a escravatura, porém Samuel Colt, que
revolucionou o processo de criação e fabricação de armas, permitiu que todos
tivessem os mesmos direitos de defesa, independente da cor, religião, estatura
física, classe social ou sexo.
4)
Onde há mais armas há o menor número de crimes
violentos.
Contra dados, fatos e estatísticas não há argumentos. Nesse
tópico convido todos a realizarem pesquisas sobre índices de crimes violentos
relacionados com quantidade de armas disponíveis em determinado local.
Adiantando a conclusão, digo que nos lugares onde há mais
armas e onde existe menor exigência governamental para compra de armas são
justamente os lugares onde o índice de crimes violentos são os mais baixos.
Em contrapartida, nos lugares onde vigora o desarmamento
civil, como no Brasil, os índices de crimes violentos são absurdamente altos.
Dentro do Brasil mesmo, podemos ver essa discrepância. No
Sul, onde existem mais armas legalizadas, temos o menor índice de crimes
violentos, e no Nordeste, que é o lugar onde menos existem armas legalizadas,
maiores são os índices em questão.
Deixo aqui algumas fontes para maiores esclarecimentos
estatísticos sobre o assunto:
Comparação entre EUA e Inglaterra, onde no primeiro temos
armas permitidas e no segundo não:
Estatísticas sobre crimes violentos no brasil antes e depois
da aprovação do estatuto do desarmamento:
http://oglobo.globo.com/brasil/mapa-da-violencia-2014-taxa-de-homicidios-a-maior-desde-1980-12613765
A quantidade de informações e links sobre esse assunto é
enorme. Fui demasiado sucinto nesse texto pequeno e rápido, apenas para dar uma
ideia geral do assunto.
Sugiro, para os que querem saber pelo menos o básico sobre o
desarmamento, a leitura do livro que citei acima.
O custo-benefício desse livro é excelente, por que com um
valor baixo, temos posse de uma informação que nos fará enxergar além, nos dará
meios para confrontar a ignorância, lutar pela liberdade, segurança e saúde
nossa e dos que nos são queridos.
A informação é a nossa maior ferramenta para vencer.
Fechando o assunto, coloco aqui um link para um vídeo dos
autores, em palestra, sobre o assunto:
Maiores informações:
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